Vagner Jaime Rodrigues*
Felipe Nascimento**
Felipe Nascimento**
A mídia não tem enfatizado a questão, mas muita gente está intrigada ante a contradição de dois dados da economia brasileira: de um lado, a menor taxa de desemprego da série histórica desse indicador; de outro, o pífio crescimento do PIB em 2012, em torno de 1%. Dentre outros fatores, em especial a perda de competitividade da indústria no mercado exportador e no abastecimento interno, está a baixa produtividade média da mão de obra nacional.
Isso significa que o País, felizmente, está trabalhando praticamente em pleno emprego, mas a performance baixa de parcela expressiva dos recursos humanos limita as possibilidades de crescimento da produção e, portanto, de expansão do PIB. Para entender melhor essa equação de nexo causal entre qualificação dos trabalhadores e crescimento econômico, basta verificar que a produtividade nos serviços caiu 9% no Brasil entre 1950 e 2005. Estamos indo na contramão de todas as tendências, considerando que o ensino e a formação profissional constituíram-se nas principais alavancas do desenvolvimento de numerosos países na segunda metade do século passado.
Assim, temos mais pessoas trabalhando para produzir o mesmo volume, o que explica, em grande parte, a estagnação de nosso PIB. Por isso, é preciso comemorar com parcimônia o baixo nível de desemprego atual, embora ele seja muito importante e se destaque num mundo ainda premido pela mais grave crise do capitalismo desde o crash de 1929. É prioritário, nesse contexto, preocuparmo-nos com o baixo nível de qualificação e produtividade, incompatível com nossas metas de crescimento sustentável e desenvolvimento. Trata-se de um problema que com impacto negativo e forte na nossa economia.
Baixa produtividade, além de mitigar a produção e os resultados das empresas, também significa custos operacionais mais elevados. E estes, obviamente, são transferidos para o preço final dos produtos e serviços apenando os consumidores e contribuindo para a majoração, com reflexos negativos na inflação interna e na competitividade internacional.
Portanto, é prioritário investir de modo urgente, amplo e eficaz na qualificação da mão de obra. Tal avanço passa pela melhoria da qualidade do ensino público regular, da formação técnica e também nas universidades. Tudo isso, entretanto, é objeto de políticas públicas de médio e longo prazo.
As empresas, contudo, não podem ficar de braços cruzados, resignadas à situação e conformadas com a baixa produtividade de seus colaboradores. Podem – devem! — recorrer a projetos de capacitação profissional existentes no mercado. Há projetos eficazes de aprendizagem e treinamento, inclusive com aulas ministradas in company, que não prejudicam a agenda das empresas, não comprometem suas jornadas, mas se refletem de modo muito positivo na sua produtividade.
A ideia básica é “aprender fazendo”. Tal metodologia promove forte interação entre os participantes, o instrutor, as ferramentas, como os computadores, por exemplo, e o foco dos negócios. Trata-se de alternativa objetiva, de resultados rápidos e visíveis para suprir a qualificação do capital humano, do qual as empresas dependem muito para seu crescimento e sucesso.
*Mestre em contabilidade, sócio da Trevisan Gestão & Consultoria.
*Consultor de economia da Trevisan Gestão & Consultoria.
Agora
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